Vereador Alex Boscaini entregou moção de repúdio à CEEE Equatorial pelos problemas no fornecimento de energia elétrica no município

Na sessão plenária desta terça-feira (05), foi realizada, na Câmara Municipal de Viamão – CMV, a segunda audiência pública para discutir o fornecimento de energia elétrica pela Empresa CEEE Equatorial na cidade, que comprou a Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE) em um leilão promovido pelo governo do Estado em março de 2021. A audiência pública, proposta pelo vereador Alex Boscaini – PT, foi motivada por reclamações da comunidade sobre quedas frequentes de energia, demora no restabelecimento e dificuldade de contato com a empresa, o que se intensificou no início do último mês após temporal que deixou cerca de 60 mil pessoas sem luz na Capital e região metropolina.

A audiência pública, que foi aberta pelo presidente da CMV, Prof. Igor Bernardes – PL, contou com representantes da CEEE Equatorial. Estiveram presentes o assessor de relações institucionais, Giovani Francisco da Silva; o gerente de relacionamento com o cliente, Marvin Evandro Ramgrab; e o executivo de manutenção, Felipe Wehrmann.

O vereador Alex Boscaini lamentou as dificuldades na prestação do serviço de energia elétrica que culminaram em prejuízos variados à população. “Nesta segunda vez, convocamos a CEEE Equatorial, pois na primeira audiência pública não houve comparecimento de nenhum representante da empresa. O Ministério Público está acompanhando a prestação do serviço da energia elétrica em nível estadual. Nós vamos nos ocupar desse assunto especificamente em relação a Viamão, buscando melhorias que contemplem o que a nossa população precisa”, falou. O parlamentar também entregou moção de repúdio à CEEE Equatorial, aprovada pela Câmara Municipal de Viamão – CMV no último dia 17 de março.

RECLAMAÇÕES – Representantes da comunidade expuseram os problemas enfrentados com a falta de luz que gerou protestos em Porto Alegre e na região metropolitana. A microempresária de Capão da Porteira, Solange Grassotti, falou sobre os inúmeros prejuízos decorrentes dos quatro dias em que houve falta de energia elétrica. “Perdi muitos produtos e tive que fechar o meu comércio naquele momento, pois não tenho gerador. Já tive perdas por duas vezes e não aguentamos mais esta situação”, enfatizou.

Microempresária Solange Grassotti teve vários prejuízos financeiros

Também representante da comunidade, Soninha Nova Era questionou a empresa sobre os investimentos em recursos humanos e reiterou que muitas famílias de Viamão tiveram danos, perdendo alimentos e medicamentos em razão da falta de energia elétrica no município. “Há pessoas que perderam ranchos e remédios que haviam sido doados. Isso prejudicou significativamente a população”, disse.

O ex-prefeito de Viamão, Eliseu Chaves Ridi, também se manifestou e apoiou a moção de repúdio endereçada à CEEE Equatorial. “Há vilas que ficaram seis dias sem luz, como aconteceu no Jari, São Tomé e Santa Isabel. Houve muitos protestos pelo péssimo serviço ofertado pela empresa. Ao participar da privatização, a Equatorial deveria estar preparada para atender adequadamente a população”, pontuou Ridi.

EQUATORIAL – O assessor de relações institucionais da CEEE Equatorial, Giovani Francisco da Silva, afirmou que a empresa tem um plano de manutenção a ser desenvolvido a curto, médio e longo prazo e que até o momento foram realizadas 1021 intervenções na rede de distribuição em Viamão. O assessor também disse que a Equatorial pretende reduzir as interrupções do serviço por causa de vegetais e que deve haver troca de postes de madeira por concreto ou fibra, também destacando a regularização de redes em ocupações na cidade, que devem ser realizadas nos próximos cinco anos.

Giovani reconheceu o mal atendimento conferido aos clientes com a prestação de um serviço deficitário. “Reconhecemos plenamente que deixamos nossos clientes mal atendidos. Esse não é o padrão Equatorial. Prometemos que isso não vai acontecer de novo”, falou o assessor de relações institucionais.

Ele também expôs que a empresa é acompanhada pela Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel e pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS/RS, além do Ministério Público, e que deve promover avanços na prestação de serviços.

CANAIS DIGITAIS – O gerente de relacionamento com o cliente da CEEE Equatorial, Marvin Evandro Ramgrab, disse que o padrão de atendimento oferecido à população atualmente não é adequado e que melhorias devem ser implementadas pela empresa para aprimorar os canais de comunicação com os clientes.

“Neste temporal de 6 e 7 março, tivemos um atendimento insuficiente nos canais de atendimento. Foi uma falha pontual em nossos servidores de informática e já tomamos providências para que isso não se repita”, observou. Ele também afirmou que a agência de atendimento de Viamão deve ser reformada ainda em 2022, com inauguração de canal de atendimento por WhatsApp em abril, além de modernização da agência virtual (site) com integração direta em maio deste ano.

Marvin Ramgrab também enfatizou que pessoas que tiveram prejuízos em decorrência da falta de energia elétrica podem abrir protocolo para solicitação de ressarcimento por meio do site, do 0800 e das agências. “Estamos recebendo estes pedidos para os casos de pessoas que perderam alimentos e medicamentos, por exemplo. Haverá uma avaliação de cada caso específico”, finalizou.