Com o objetivo de buscar soluções aos problemas verificados no município de Viamão em relação à prestação do serviço de energia elétrica, a Câmara Municipal de Viamão – CMV realizou, por iniciativa dos vereadores William Pereira – PTB, Markinhos da Estalagem (sem partido), Kiko – MDB e Rodrigo Pox – PDT, uma audiência pública para cobrar melhorias urgentes por parte da CEEE – Equatorial Energia, que foi convocada pelo Legislativo a comparecer no plenário Tapir Rocha a fim de dar respostas à sociedade sobre os transtornos que se intensificaram com os eventos climáticos que ocorreram nos meses de junho e julho.

O assessor de relações institucionais da Equatorial Energia, Júlio Hofer, e o consultor do poder público municipal da Equatorial Energia, Márcio Cunha, compareceram à audiência para prestar esclarecimentos à comunidade. Também estiveram na mesa diretora dos trabalhos, o presidente do Legislativo, André Gutierres – Progressistas; o engenheiro eletricista da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS, Álvaro André Saldanha; a diretora do Procon Viamão, Larissa da Silva; e representantes da comunidade.

TRANSTORNOS – O vereador William Pereira enfatizou que são muitas as reclamações dos viamonenses sobre o péssimo atendimento da empresa, o que se evidencia na demora para o restabelecimento da luz. O parlamentar afirma que houve uma piora nas dificuldades enfrentadas pela comunidade desde que a referida empresa assumiu a prestação de serviço de energia elétrica no Estado do Rio Grande do Sul. “Há famílias que ficaram mais de 10 dias sem energia elétrica. Tivemos dois ciclones extratropicais em junho e julho que agravaram os transtornos, mas a falta de planejamento e prevenção por parte da Equatorial contribuiu muito para a situação calamitosa. O teleatendimento também é muito deficitário, com relatos frequentes de dificuldade de contato para solicitações”, expõe o parlamentar.

No decorrer da audiência, o vereador William pontuou que a comunidade da Boa Vista, na Vila Fraga, estava completamente sem energia elétrica naquele momento. “No último ciclone, essas pessoas já ficaram 10 dias sem luz. O problema se repete e provoca mais transtornos”, lamentou.

O morador Luiz Alberto Salermo, o Betinho, representante da comunidade de Capão da Porteira, enfatizou que após dois anos de concessão, as possibilidades de contato com a Equatorial tornaram-se muito mais burocráticas. “Se não houver uma resolução dentro de um prazo estabelecido, buscaremos nossos direitos por via judicial e pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Sem luz, muitas vidas estão em risco, pois há pessoas que fazem uso de aparelhos de oxigênio e de insulina, por exemplo. As perdas econômicas foram acentuadas nos últimos meses”, pontua.

O presidente André Gutierres manifestou-se na tribuna e afirmou ser inadmissível a forma como os viamonenses estão sendo tratados pela Equatorial, empresa que venceu uma concorrência para prestar um serviço essencial. “A população do RS vem sofrendo em todas as regiões. As situações climáticas não podem ser desculpa, pois precisamos conviver com as mesmas. Quando uma empresa participa de uma licitação, deve saber as condições do clima do Estado. A Equatorial está apresentando um serviço muito pior do que a empresa pública de antes, havendo um claro retrocesso neste âmbito”, fala o presidente.

ENCAMINHAMENTOS – O assessor de relações institucionais da Equatorial Energia, Júlio Hofer, afirmou que, para melhorar a qualidade do serviço prestado, a empresa deve fazer mais investimentos e focar em um plano de manutenção e de planejamento, além do aumento do número de equipes nas ruas e na agilidade no atendimento à população. “Estamos executando uma série de melhorias na cidade. Antes da ocorrência do ciclone dos dias 12 e 13 de junho, aumentamos a força de trabalho em 40%. Porém, mesmo assim o impacto do evento climático foi significativo, com ventos de até 140 km/h”, ressalta.

Júlio Hofer completou que para o plano de manutenção da Equatorial, foi criada uma estrutura de fiscais das demandas e para controle de alimentadores. “Estamos realizando uma inspeção preventiva de toda a rede, priorizando problemas detectados”, diz.

O engenheiro eletricista da AGERGS, Álvaro André Saldanha, que já havia participado da audiência pública sobre a Equatorial, que aconteceu no último dia 12, na Câmara de Viamão, destacou que, em março do ano passado, houve uma intempérie que atingiu a cidade. “A Equatorial foi multada em torno de R$ 30 milhões naquele momento. Estamos fazendo, agora, uma fiscalização durante todo o ano. Recebemos relatórios periodicamente sobre as ações nas redes”. O engenheiro pontuou, também, que a empresa praticamente não realizou podas, algo que não se categoriza como investimento e sim como medida operacional.

Além disso, ele disse que é preciso um investimento em um canal para encaminhamento dos problemas, a fim de que a comunidade possa fazer as suas solicitações com mais agilidade. “O presidente da Equatorial estará, na quarta-feira (26), às 15h, na AGERGS, tratando sobre a prestação de serviço para todo o RS”, fala.

No encaminhamento final da audiência pública, definiu-se que mediante coleta de endereços para localização das demandas, a empresa Equatorial estabelecerá, até a sexta-feira (28), uma data para que um fiscal realize vistorias nos bairros. Posteriormente, após o levantamento e a execução das ações necessárias por parte da empresa, deve haver uma reunião com a comunidade, em aproximadamente um mês, a fim de que seja feito um balanço acerca dos resultados alcançados.