Decisão foi tomada, em acordo com todos os vereadores, na sessão de quinta-feira (8), e pretende esclarecer a situação econômica da instituição.
A situação financeira e o suposto fechamento do Centro Obstétrico – CO, do Hospital Viamão, administrado pelo Instituto de Cardiologia, tem preocupado os vereadores da cidade. Desde a terça-feira (7), o assunto tem sido discutido e levantado polêmicas quanto ao futuro da instituição.
O presidente Xandão Gomes – PRB, divulgou que encaminhará uma convocação à direção do Instituto de Cardiologia. Nesta tarde, o vereador Armando Azambuja – PT, abriu a discussão, após falar sobre sua reunião com a direção do hospital. “A partir de abril o hospital vai parar de realizar os procedimentos de partos, ou seja, nenhum viamonense nascerá em Viamão. A instituição pretende comprar uma ambulância para transportar as gestantes até Alvorada, onde serão realizados os partos”.
Armando disse que o Governo do RS diminuiu em mais de 20% o valor do repasse para o hospital e a partir de abril, cerca de R$ 600 mil serão cortados do orçamento. O vereador Guto Lopes – PSol, disse que neste debate entre Governo e Hospital não tem inocentes, apenas atingidos.
“A direção do hospital pensa como empresa. Eles não pensam nos viamonenses e nem nas crianças que não vão nascer nesta cidade, mas sim no custo, em quanto vai fechar a conta. Por outro lado, o Governo do Estado, que é muito culpado. Somos a única cidade no país com mais de 250 mil habitantes que não tem um hospital público”, alertou Guto.
Por fim, Guto Lopes cobrou dos vereadores da base do governo uma linha de trabalho do prefeito André Pacheco – PSDB. “A saúde neste município é prioridade só no discurso, até porque não temos um secretário de Saúde nomeado. São 30 anos de desgoverno nesta cidade. Sobre o hospital, o prefeito não se manifesta. Precisamos cobrar do hospital, mas também do prefeito. Vivemos numa cidade sem lei”, finalizou o parlamentar.
“Acordo precisa ser cumprido”, diz presidente Xandão Gomes
O chefe do Legislativo viamonense, Xandão Gomes – PRB, disse que o Instituto de Cardiologia, responsável pela administração do hospital, tem que cumprir com o que foi acordado lá na assinatura do convênio. “A gente precisa cobrar tudo aquilo que foi assinado lá atrás e não podemos deixar de buscar o melhor para a nossa população”, garante o presidente da Câmara.
O vereador Joãozinho da Saúde – PMDB, lembrou que o país gastou tanto para a realização dos Jogos Olímpicos e Copa do Mundo e esqueceu de fazer hospitais. “A gente vê a saúde sendo tratada em segundo plano e quando as unidades começam a fechar, aí começam os problemas”. Para Maninho Fauri – PSD, as diferenças terão de ser deixadas de lado, e agora a união é pelas prioridades da população.
Rodrigo Pox conversa com funcionários e pacientes
O vereador Rodrigo Pox – PDT, conversou com funcionários e pacientes do hospital e não trouxe boas notícias para a sessão desta quinta-feira. Pox narrou a triste realidade de salários atrasados, falta de insumos, precariedade e descaso com pacientes. “Existe a informação de que os repasses que seriam destinados ao hospital de Viamão, barram na administração do Instituto de Cardiologia, e acabam destinados a outras instituições do grupo, principalmente Porto Alegre. Viamão teria recebido cerca de R$ 8 mi do Governo do RS, que não apareceu, segundo funcionários do hospital de Viamão”.
De acordo com o vereador, um funcionário teria dito que, quando o recurso chega à Viamão, é de forma fracionada. Desde novembro, anestesistas, funcionários terceirizados e fornecedores não recebem e além disso, o problema se estende até o atendimento ambulatorial. “Segundo funcionários, há descaso com pacientes e falta de acompanhamento médico”.
O hospital de Viamão estaria enfrentando uma crise econômica ou má administração? Essa foi a pergunta que mais se ouviu dos funcionários e pacientes na manhã de hoje, durante a conversa com o vereador Rodrigo Pox. Mesmo com o atraso nos salários, funcionários não falam em greve, por medo de retaliação, uma vez que muitos dependem exclusivamente desta remuneração para viver.
“Quero me somar a todos os vereadores, que estão preocupados com a situação, e buscar esclarecimentos, através de uma audiência pública, para que a direção do hospital nos apresente o balanço de gastos e a receita da instituição. Estamos aqui para ajudar e melhorar a vida de nossa população”, salientou Rodrigo Pox.
Adão Pretto: Uma luta sem partido
O vereador Adão Pretto – PT, também falou sobre a polêmica e se colocou à disposição para unir forças em prol de uma solução. “Acredito que em qualquer gestão, a saúde é prioridade. É um absurdo o que está acontecendo no hospital de nossa cidade. O Poder Público tem o dever de cobrar, mas o costume é jogar para os governos passados. Esse governador está escondido e vamos dar resposta na urna. Essa é uma luta que não tem partido. Acredito que todos os vereadores têm alma e coração e vamos juntos trabalhar para resolver isso”.