A Câmara Municipal de Viamão realiza audiência pública na tarde desta sexta-feira (6) para debater o Plano Político Pedagógico da Escola Canadá e suas implicações no turno integral. O evento é proposto pelo vereador Guto Lopes e pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, presidida pela deputada Sofia Cavedon – PT.
A Mesa de trabalho também foi composta pela diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Canadá, Patrícia Ribeiro, pela coordenadora da 28ª Coordenadoria Regional de Educação – CRE, Marilza Pacheco Ramos, pelo professor da Faculdade de Educação – FACED da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Nelton Dresch e por representantes da comunidade escolar. Também compareceram na audiência, o presidente da Câmara de Viamão, Dilamar de Jesus – PSB e o conselheiro do Audiovisual do Conselho Municipal de Cultura, Ruy Rostirolla.
“A Escola Canadá está completando 63 anos de história, com a proposta diferenciada da questão agrícola. São 56 hectares e fazemos a manutenção de oito unidades educativas de produção de agricultura, pecuária e transformação de produtos que é a parte diversificada da escola”, fala a diretora Patrícia Ribeiro.
Sobre os objetivos da audiência pública, a diretora enfatiza a necessidade de manter as características diversificadas do plano pedagógico. “A nossa discussão é justamente sobre essa necessidade de não perder a diversificação. Os alunos têm a base nacional, como todas as outras escolas, e no outro turno são oferecidas essas atividades. A proposta da Secretaria da Educação é uma base curricular para uma escola urbana, que não encaixa com a comunidade”, pondera Patrícia Ribeiro.
Sobre a relação existente entre a Escola Canadá e a UFRGS, o professor Nelton Dresch expõe que a Faculdade de Educação, junto à faculdade de Agronomia tem um curso de licenciatura de educação do campo. “Com esta proposta, temos articulação com todas as escolas do campo do Estado, principalmente da região metropolitana, e com espaços educativos não escolares, ou seja, as comunidades nas quais as escolas estão inseridas. Para nós é muito importante a manutenção dessas escolas e o atendimento à população do campo, que já tem tipificação em lei, com a necessidade de plano político pedagógico apropriado, com um regimento próprio, professores e servidores qualificados e preparados para trabalhar nessas atividades, além de uma manutenção da qualidade de vida e da produção de alimentos, possibilitando o acesso a esse conhecimento”, explica o professor Nelton Dresch.
“É preciso manter viva a Escola Canadá no que tange à questão pedagógica da agricultura, já que é uma instituição de ensino considerada referência nacional na sua inovação. O governo do Estado quer acabar com a parte agrícola e não podemos aceitar isto”, fala o vereador Guto Lopes.