Na noite da última terça-feira (29), no Plenário Tapir Rocha, na Câmara Municipal de Viamão – CMV foi realizada Audiência Pública para debater a possível instalação do pedágio na ERS-118. O ato foi o primeiro da Frente Parlamentar Contra o Pedágio na ERS118, presidida pelo vereador Rodrigo Pox – PDT, tendo como secretário, o vereador Markinhos da Estalagem – PSB. O evento foi marcado pela participação de representantes de entidades ligadas ao comércio, vereadores e público em geral.
O Movimento RS 118 Sem Pedágio foi criado por entidades ligadas ao setor produtivo, lideranças políticas e empresariais e pelas comunidades envolvidas.
No mês de maio foi feita a primeira reunião de articulação do movimento que contou com diretores das associações comerciais, industriais e de serviços filiadas a Federasul, de Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, Nova Santa Rita, Cachoeirinha, São Leopoldo e Alvorada.

O presidente da Frente Parlamentar aqui de Viamão contra o pedágio, vereador Rodrigo Pox, destaca que o pedágio impactará os comerciantes, trabalhadores que precisam fazer o deslocamento utilizando a rodovia.
“Estamos antecipando este assunto, com debates, porque é algo que acarretará dificuldades para aquelas pessoas que usam a ERS 118 diariamente. Ou seja, a criação da Frente Parlamentar tem a finalidade de defender as pessoas que utilizam a rodovia e, de alguma forma, amparar aquele pequeno comerciante, produtor rural, que serão os mais prejudicados”, diz o vereador Pox.

Na ocasião, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL de Viamão, Milton Pires, manifestou-se na tribuna sobre o assunto.
“Estamos hoje nesta sessão especial para demonstrar o desagrado com o cerceamento de Viamão. Assim como a praça de pedágio na ERS -040, que atravancou a nossa cidade, esse pedágio na ERS-118 desagrada demais. Viamão carece de desenvolvimento, oportunidades, por isso a CDL, juntamente com as demais entidades junta-se ao Movimento ERS-118 Sem Pedágio, para dizer não”, diz Milton.
Milton Pires explica que a criação da praça de pedágio na ERS- 118 acarretaria em dificuldade aos moradores que utilizam diariamente a rodovia.
“Viamão é um celeiro de mão de obra para outras cidades da região metropolitana. São 60 mil pessoas que saem de Viamão para outros municípios diariamente. É inadmissível que tenhamos essa praça na 118, sem antes haver uma discussão com a população. Precisamos de mais esclarecimento, posicionamento dos líderes políticos do que significa esse pedagiamento. Estamos dizendo não ao pedágio, porque a nossa cidade cercada vai barrar o investimento de empreendedores que viriam para Viamão”, finaliza o presidente da CDL.

O coordenador do Movimento ERS-118 Sem Pedágio e diretor regional da região metropolitana da Federasul, Darcy Zottis Filho, falou sobre o que representa o movimento.
“O movimento foi criado dentro da Federasul no ano passado quando observamos que já existia a possibilidade de pedagiamento em algumas regiões. Foi formado por todo o estado, começou nos municípios e associações comerciais da região metropolitana, e nós já conseguimos com a nossa mobilização, retirar uma das praças de pedágio. O projeto contemplava duas praças, uma na divisa de Cachoeirinha e Sapucaia do Sul e outra em Viamão. A primeira praça, foi bastante falada e através do movimento foi onde o governo estadual recuou e conseguimos barra a instalação, foi uma vitória. Enxergo Viamão e Alvorada com mão de obra em abundância e qualificada, as empresas teriam interesse de vir para cá. A nosso mobilização é importante para não haver o desestimulo ao emprego e ao investimento”, salienta Zottis.

O secretário da Frente Parlamentar, Markinhos da Estalagem – PSB destacou seu posicionamento sobre a possível instalação da praça de pedágio na rodovia.
“Nosso propósito é lutar contra o pedágio na 118. A vinda de uma praça na rodovia impactaria no desenvolvimento da nossa cidade, assim como Gravataí e Alvorada. Por isso, vamos continuar lutando diariamente, precisamos somar forças com diversas lideranças, com outros parlamentares de outras câmaras. Peço que a população não banalize esse movimento e junte-se a nós”, diz o vereador.

O vice-presidente da Federasul, Rafael Sittoni Goelzer, destaca que o pedágio vai afetar a população economicamente ativa de Viamão.
“Essa ação do governo do estado é arbitrária, vai impactar na renda per capita da cidade e na população que já sofre com outros problemas. Esse pedágio vai ilhar Viamão e Alvorada, dois municípios com baixos índices de renda”, diz Rafael Goelzer.

O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Viamão – ACIVI, Luis Pereira, manifestou-se e destacou os prejuízos futuros que o pedágio pode trazer para as cidades de Gravataí, Alvorada e Viamão.
“Essas cidades da região metropolitana formam conglomerados urbanos e lugar nenhum do mundo são pedagiados, essa proposta de cerceamento é nociva ao fluxo entre essas regiões, afetando a distribuição de alimentos e produtos”, diz Luis Pereira.
Representado a OAB de Viamão, o advogado Leandro Leal, destaca que a entidade é contra o pedágio, pois haverá a divisão e exclusão de Alvorada e Viamão. “Não tem como haver desenvolvimento e crescimento com a criação de praças de pedágios”.

O presidente da Frente Parlamentar Contra o Pedágio, Rodrigo Pox, finaliza destacando a importância da mobilização.
“Nós que estamos engajados nessa luta, acreditamos que a mobilidade é fundamental para o desenvolvimento econômico e social das cidades, atrai investimentos, gera emprego e renda. Imagina os transportadores de cargas que utilizam a 118, quem vai pagar o preço? O consumidor final. Por isso estamos debatendo e promovendo uma série de reuniões para enxergamos o real impacto que esse pedágio trará para Viamão e cidades do entorno”, finaliza.
