Na tarde desta quarta-feira (1º), no Plenário Tapir Rocha, da Câmara Municipal de Viamão- CMV, por iniciativa da vereadora Fátima Maria – PT e seu Mandato Coletivo Teremos Vez, foi realizada uma roda de conversa sobre o Dia Mundial de Combate à AIDS. O evento compõe as atividades previstas no Projeto 16 Dias de Ativismo, em cumprimento à Resolução 15/2021. 

Os assessores e assessoras dos vereadores Roni Bella – PSD e Markinhos da Estalagem – PSB participaram do evento. As integrantes do Movimento Pra Elas, Com Elas, Magda Chagas e Nilmara Mariano.

Nilmara Mariano e Magda Chagas

A propositora do evento, vereadora Fátima Maria, abriu a roda de conversa destacando a importância dos 16 dias de ativismo, que chega hoje ao seu penúltimo dia. A parlamentar enfatiza que precisa existir diálogo com todas as pessoas, sobre temas sensíveis e de grande importância para as mulheres, bem como para a sociedade em geral. 

“Pretendemos realizar todos esses anos esse movimento, porque a sociedade precisa receber esse tipo de serviço de extrema relevância”, diz Fátima Maria. 

A doutora e integrante do Centro De Testagem e Aconselhamento – CTA, Letícia Ikeda explica que o combate à AIDS precisa acontecer durante o ano todo, não somente em dezembro, mês alusivo de combate à infecção. 

Médica Letícia Ikeda

“ O combate ao HIV precisa acontecer nos outros meses do ano. Essa é uma doença que não tem um rosto, não escolhe classe, gênero, cor da pele, mas é uma doença que expõe a vulnerabilidade social, o racismo, o machismo. Destaco ainda, que Viamão não está numa situação confortável, é um esforço coletivo”, explica. 

A ativista e assistente social, Gina Hermann, é soropositiva há 16 anos, falou sobre a sua experiência enquanto portadora do vírus, na vida pessoal e dentro dos movimentos sociais. 

Gina Hermann

“Toda a caminhada do HIV foi muito difícil, mas o maior problema são os cuidados com a mente, o psiquiátrico da gente é muito afetado, o lado mental foi bastante prejudicado. Eu tinha ideias distorcidas , eu tinha preconceito pela desinformação. No começo eu dormia muito, tomava muita medicação. O HIV, na minha vida foi um divisor de águas na minha vida, foi quando passei a frequentar espaços e grupos sociais de apoio, que me ajudaram a atravessar, e hoje digo que sou uma ativista que fala sobre sobre AIDS. E sem dúvida, ter o apoio da família e conseguir falar abertamente sobre o HIV, faz toda a diferença na vida da gente”, fala. 

A médica Letícia Ikeda destaca a importância do tratamento e que é possível viver, ter uma vida saudável mesmo convivendo com o HIV. 

“As pessoas precisam sempre buscar atendimento nas redes especializadas para começar o tratamento adequado, quem tomar o medicamento não vai ter problema relacionado ao HIV, conheço pessoas há mais de 25 anos que vivem bem com o vírus, as pessoas não podem mais ter medo, as pessoas precisam perder esse medo”, completa Ikeda. 

DEZEMBRO VERMELHO

O Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a AIDS e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.

A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/AIDS e às demais IST, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais.