O delegado sindical do Sindiágua/RS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul) e funcionário da CORSAN (Companhia Riograndense de Saneamento) Rubem Oliveira manifestou-se na tribuna popular, na sessão plenária remota desta terça-feira (4), na Câmara Municipal de Viamão – CMV, para apresentar-se contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 280/19, que retira a obrigatoriedade de plebiscito para venda da Corsan, do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Procergs).

O delegado sindical falou sobre a sua vinda à CMV, no último dia 22, para entregar contraponto à PEC 280/19 ao presidente do Legislativo, Luís Armando Azambuja – PSDB, e ao vereador que integra a Comissão de Meio Ambiente, Alex Boscaini – PT. “Atualmente há 317 municípios que têm contrato com a Corsan e Viamão é um deles. A população precisa ser ouvida, por isso apresentamos o contraponto. Há estudos e indicativos de que houve piora na qualidade do serviço de abastecimento de água em muitos países onde houve privatização”, fala Rubem Oliveira.

O funcionário completou que a privatização poderá trazer inúmeros prejuízos no que se refere às políticas sociais promovidas pela Corsan para entidades públicas/filantrópicas. “O Hospital de Viamão recebe incentivos por parte da Corsan, por exemplo. As pessoas sem recursos certamente serão as mais afetadas por uma eventual privatização. A tarifa é controlada pelo próprio município e com uma empresa privada esta situação sofre alteração”, expôs o delegado sindical.

Rubem Oliveira enfatizou que a Corsan obteve cerca de R$ 400 milhões de lucro em 2020 e que é fundamental que o município tenha autonomia no abastecimento de água com o cumprimento do plano de saneamento. “Há poucas empresas qualificadas para a área de saneamento, já que há necessidade de tecnologias complexas. Precisamos, portanto, do diálogo para ouvir a população sobre este tema tão importante”, disse.

Na tribuna popular, Rubem destacou que o momento de pandemia requer a garantia de um serviço público de abastecimento de água, garantindo, assim, que sejam contempladas as medidas sanitárias mais importantes para prevenir o novo coronavírus (Covid-19).